terça-feira, 8 de agosto de 2017

Costa Alentejana: O que o caravanista precisa saber.

Mais concretamente onde? Em Porto Côvo. Nem outra coisa seria de esperar, tanto porque é a aldeia que me diz alguma coisa, como por ser nesta altura do campeonato um cancro em termos de caravanismo.

E as virgens ofendidas do teclado podem já sossegar, porque nada do que vem a seguir é mentira e como em todos os assuntos, vai ser generalizado.

Se há caravanistas correctos, justos e essencialmente educados? Há, claro que os há. Daqueles que sentem mesmo aquela coisa do viver assim, aproveitar a natureza ao máximo e consequentemente respeitando-a? Há uma grande fatia do bolo.

No entanto, aqui para estes lados tem vindo maioritariamente o que não interessa que se traduz num valente reboliço de papéis cagados, falésias ocupadas e uma falta de respeito tremendo tanto pela terra, a natureza e pelos próprios colegas caravanistas.

E não há grande diferença entre portugueses e estrangeiros, em termos de má educação, é tudo igual.
Então o que é que se tem passado de há uns anos para cá com esta praga? Claramente uma distorção no conceito da caravana.

O que antes era "bem, isto é óptimo ter uma caravana, podemos conhecer imensos sítios, aproveitar a natureza (e respeita-la) e vou poupar imenso no alojamento, é uma forma super económica de fazer férias e conhecer tudo"- passou claramente para "Ah, que giro, vou ser destas pessoas também! Que engraçado, desde pequen@ qu o meu sonho é ter uma pão de forma! Vamos acampar em parques naturais onde é super proibido porque o que interessa é pormos no instagram a vista de onde estamos alapados"- os autocaravanistas 2.0.

Não há uma legislação escarrapachada que proíba certas atitudes, mas a GNR ou outras entidades competentes claramente podiam desempenhar assiduamente a sua função. Até porque isto não é de agora. Situações que pode actuar:


  • Caravanas estacionadas num parque de estacionamento em que na entrada está um sinal com a altura mínima de 2m- Praia Grande  (está lá a dizer que é proibido, logo...);
  • Caravanas estacionadas em parques de estacionamento laterais ao parque existente para caravanas, mesmo quando estes estão vazios. Porque é mais giro ser do contra e estacionar fora do parque;
  • Estas anteriores, frequentemente rebentam canos de terrenos (preparados para futuras obras) para tomar banho, encher garrafões, lavar roupa e ficam a correr dias inteiros;
  • Caravanas que despejam as necessidades na rua, falésia, estrada;
  • Caravanas que têm à sua volta estendais, grelhadores, atrelados e afins presos no alcatrão de um estacionamento para carros (é ocupação da via pública que se diz?);
  • Caravanas que estacionam em cima do circuito de manutenção para peões e bicicletas;
  • Caravanas que estacionadas em parques de bairros residenciais tapam a vista de quem la´mora e paga bastante pela vista;
  • Caravanas estacionadas a ocupar 4 lugares de estacionamento de carros.
Seria interminável esta lista, acreditem que sim. 
E agora vêm esbaforidos os caravanistas (ou autocaravanistas, whatever) dizer que nós precisamos imenso de vocês porque senão morríamos à fome (lido num grupo de facebook aqui da zona). 

Nós precisamos dos que deixam cá dinheiro, obviamente, mas surpreendam-se: Porto Côvo agora não tem 1/3 das pessoas que para cá vinham há 15 anos em comparação a agora. Pois. E nessa altura as caravanas que vinham ficavam nos parques de campismo ou as mais selvagens, o mais escondidas que conseguissem. 

Nunca mas nunca a serem a cara da terra assim que se cá entra. É péssimo, horrível as toneladas de caravanas juntas a tapar a vista das praias. Meus queridos, todos queremos vista para o mar, no entanto, deixamos a casa onde está e vamos para a praia. Vocês deviam fazer o mesmo.

(esta foto não é minha)


Código de conduta do caravanista, já leram? Eu já. E sei que vocês fazem muita coisa errada.
Há dois, dois, 2, dois(!!!!) parques de caravanas neste momento em Porto Côvo, onde não se paga nada para lá estar, nem 1€. Mesmo assim é mais giro desreipeitar.

Vocês, caravanistas educados, já que as autoridades não estão sempre disponíveis, dêem vocês uns toques aos vossos colegas, tipo: "olhe, isso é área protegida! Há ali um parque de caravanas! Esse fogareiro e esse estendal se calhar podia ocupar menos espaço". Não?
Era uma ideia.

Confirmem aqui se não é proibido.
Queremos ou não estar numa terra bonita e asseada? Então é fazer por isso ;)

E pronto, agora vou voltar ao registo de falar de comida porque é isso que eu gosto.


segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Litoral Alentejano: Onde comer arroz de marisco #1

Marisco! Mariscadas que duram tardes inteiras, acompanhadas de vinhaça verde ou imperial, com a sol a dar na tromba! O que uma pessoa sonha com isto o ano e inteiro?! Eu pelo menos sonho. E sabem que mais? Este é dos meses onde fazer isso sabe que nem ginjas. Ou camarão.

Eu se pudesse escolher uma comida para comer o resto da minha vida escolheria camarão. Gosto, casava-me. Vá, batatas doces fritas também, mas agora o tema é marisco.

Ai o marisco! É muito, muito bom! Mas não é em todo o lado que o há fresquíssimo - ter muita atenção com isto, porque senão ainda falecem e já não chegam ao próximo Agosto.

Então o meu primeiro destaque para o melhor arroz de marisco que eu comi nos últimos anos (logo a seguir ao da minha Mãe), onde com toda a certeza do mundo que tudo é fresco é no Pedra da Casca, na Praia da Vieirinha em Porto Côvo, pois claro.

 Já aqui tinha feito referência a este restaurante por ser um dos sítios óptimos para fim de tarde, não vos contei logo é que tinha o melhor arroz de lagosta, o melhor arroz de marisco (também há a opção com lagosta) e um outro arroz que eu logo vos falarei também brevemente.


Por um lado, com muita pena nossa, não haverá nenhuma fotografia que transmita o cheiro e sabor destes manjares divinais. Por outro, ainda bem porque fotografias ensopadas em caldo também não devem ser grande coisa.
Como o que interessa aqui não é o meu sentido de humor, mas sim comida, foquem-se nisso.

Dica:


  • Evitem os fins de semana de Agosto, é muuuuuita gente. Muuuuita. Portanto não ajam como super ofendidos se alguma coisa demorar mais do que o normal. E se for demorar, acredito que sejam avisados antes.
  • Está aberto todos os dias.


Obs: se é proprietário de um restaurante e está ofendido com esta opinião o melhor que tem a fazer é mostrar-me o contrário.
Como? olhe, eu sou uma pessoa muito disponível para comer, ahahahah!


terça-feira, 1 de agosto de 2017

Litoral Alentejano: Comer bem e barato #2

Está inserido na Costa Alentejana, mas infelizmente não tem vista mar.

Infelizmente nada, até porque quando se está a comer neste restaurante o que menos nos lembramos é que precisamos de ter uma vista espectacular. Mesmo.

Quando estiverem a caminho desta zona, sigam para Vila Nova de Santo André. Não, não é aí que é o restaurante, é entre esta cidade e Santiago do Cacém, ali algures no meio de nenhures (forçada esta aliteração, hein?) num pequeno povoado chamado Deixa-o-Resto, que é como quem diz aos turistas, "leave the rest" ou "laisse tomber".

Ponham no GPS que encontram, procurem Ti Lena. E Casa do Gin. Isso mesmo, no meio do nada...onde se uma pessoa demora mais tempo a piscar os olhos já atravessou a localidade e não reparou, eis que surge esta maravilha.

O ambiente é  óptimo (não venham pensar que isto é o Olivier ou o Eleven, poupem-me) e quem faz isso é mesmo a Ti Lena e companhia. Tanto quem está na cozinha, como quem atende, sempre uma equipa 5 estrelas, super atenciosos e educados (coisa que não abunda muito por estes restaurantes desta costa, uma vez que são trabalhos de Verão e há quem trabalhe forçado (refiro-me à malta nova, principalmente).

Agarrando nisto e falando na comida, ai senhores! Mas que secretos de porco mais maravilhosos são estes que aqui há? Eu já fiz estas refeições de porco em muito sítio, mas nunca encontrei igual, nunca desilude. Impecável, sempre. E a dose de secretos dá claramente para duas pessoas, mesmo que uma delas seja uma bestinha.



Choco frito, ui!  As migas? Ai migas, são tão boas!
O veado e essas caças disseram-me que se desfazem na boca (eu acredito, mas não como caça) e acabando nas sobremesas, é de salivar com tudo (levem toalhitas para não babarem as toalhas).

"Ai, já estou tão cheio que já nem me apetece a conta", dizem vocês armados em engraçadinhos e pobrezinhos (isso é na Comporta). Mas podem estar tranquilos, a conta é convidativa o suficiente para lá voltarem. Garantidamente.

Pensavam que não falava dos gins? Pois, são muitos. Dá um bailinho a muitas casas da capital em quantidades de marcas representadas e sim, também tem um Gin Master!
Tentem não ir no dia que eu vou porque eu quero ter lugar.
De nada.