Uma aldeia ainda pouco explorada a todos os níveis fez as delicias de quem cá vinha e isso aumentou de ano para ano. O comércio cresceu, a aldeia desenvolveu, foram sendo criadas infraestruturas aos poucos.
Havia toda uma panóplia de razões para que tal acontecesse: localização óptima- a 1h30 de Lisboa e a meio caminho do Algarve; praias e mais praias que além de acessíveis a pé são de uma beleza de tirar o fôlego, arquitectura pombalina num largo central que cativa instantaneamente os transeuntes, gastronomia baseada em peixe fresco (acabado de apanhar em muitos casos nessa altura) e gentes ainda pouco viradas para esse boom turístico que estava a acontecer, que de alguma forma transmitiam alguma autenticidade da terra.
Factores estes que juntando a não ser "mais um Algarve" e claramente mais barato, o tornaram um place-to-be.
Praia da Ilha |
Largo Marquês de Pombal |
Hoje em dia, Porto Côvo é dos raros casos de aldeias que toda a gente conhece. Tooooda a gente. Quem conhece ou já passou férias, ou já foi na infância ou já "foi muito feliz". Quem não conhece quer imenso visitar a aldeia ou conhece uma prima namorada de alguém que conhece.
Durou cerca de 20 anos este encher de bolsos e ainda bem que existiu. E ainda bem que alguém encheu porque só assim se pode melhorar. Mas há cerca de 12 anos que o turismo tem vindo a decair.
Será pela restauração se distinguir por dois ou três sítios- se tanto? Será pelo preço estupidamente caro aplicado a restauração, a alojamentos, a supermercados? Será porque não tem um bar para beber um copo à noite? Será por não ter um sitio para sair à noite? Pela falta de actividades em alternativa a uma ida à praia? A nova arquitectura da emergente construção que em nada tem a ver com o Alentejo? Pela estadia permissiva de auto-caravanas em qualquer sítio?
Pode ser tudo, podem ser só algumas coisas. Não são todos os sítios estupidamente caros, mas tem que se vasculhar bem para encontrar. Não há ser com certeza pela falta de praias que elas continuam cá.
Mas se antes para o comércio local - que continua a ser única e exclusivamente sazonal- o lucro poderia ser resumido a 3 meses, hoje nem dia isso não acontece- tudo bem espremido dá um bom mês e meio.
Mas a quem de direito, lembrem-se: é raro o dia em que os Parques de Campismo lotem como acontecia, que as ruas tenham a quantidade de pessoas que tinham antes e que as estadias passem de 2/3 dias ao invês de semanas, quinzenas e meses como antes.
O que se pode fazer para melhorar isso? Algumas coisas. Tipo o quê? Não vou enumerar porque eu estou "sempre armado em esperto" e com a "mania que sou Doutor porque vivi em Lisboa". Um bom conselho é: organizem-se, principalmente a restauração e os seus dias de folga no mesmo dia.
Lembrem-se que Porto Côvo já foi movimentado na altura do Carnaval, Páscoa, Verão (a começar em Maio) e Passagem de Ano. Hoje em dia é movimentado quando? Aos fins de semana em Agosto.
Contudo, ainda há quem invista tanto em alojamento como podem ver AQUI (carreguem) e aqui também; alguns sítios onde podem comer bem como aqui . E outros que vou publicar brevemente: Zé Inácio, por exemplo.
Vamos lá todos desenterrar esta pérola que claramente já teve na ostra.
De nada,
Nunes.
A parte da construção nova em frente ao parque de campismo é de uma aberração total. Nada a ver com o tipico Alentejano. Adoro Porto Côvo. Fui pela primeira vez no Ano anterior à musica do Rui Veloso.O bar mais conhecido fechou. O tão conhecido 31.Concordo plenamente que terão que mudar bastante situações que em nada estão a trazer turismo. As barracas do mercado da roupa é um cheiro nessa zona horrivel. Onde devem fazer as necessidades na rua pelo cheiro.
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